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Pulverizações e dietas artificiais contendo lactisole, um inibidor de sabor doce amplamente usado na indústria alimentícia, reduziram significativamente o apetite e a reprodução de dois importantes pulgões agrícolas: Myzus persicae e Sitobion avenae. O composto afetou a alimentação ao inibir receptores gustativos dos insetos, que dependem da sacarose para localizar os vasos do floema nas plantas hospedeiras.
Pesquisadores testaram o lactisole em dietas artificiais e plantas de trigo e repolho chinês. Os resultados indicam menor fixação dos pulgões nas fontes tratadas, redução do tempo de ingestão de seiva e queda no peso e fecundidade dos insetos.
No experimento, ambos os pulgões evitaram dietas artificiais com 1.000 ppm de lactisole. O número de ninfas geradas por fêmeas alimentadas com essa dieta caiu de forma expressiva em 24 horas.
Pesquisadores também testaram o composto diluído em água para aplicação foliar ou irrigação. A pulverização reduziu a preferência por plantas tratadas e a produção de ninfas.
A aplicação via raiz foi ainda mais eficaz: causou perdas no peso dos insetos e alterou seu comportamento de alimentação, medido por técnicas de eletropenetrografia.
Nos experimentos, S. avenae sondou mais vezes o floema das plantas tratadas, mas por menos tempo. A redução na duração da ingestão explica, segundo os cientistas, o pior desempenho nutricional dos insetos. Como os pulgões extraem nutrientes exclusivamente do floema, qualquer redução nesse processo compromete sua sobrevivência.
Apesar do efeito repelente e redutor de desempenho nos insetos, o uso de lactisole apresentou um efeito colateral: também prejudicou o crescimento das plantas. A massa fresca de trigo e repolho chinês caiu após a irrigação com lactisole, o que pode limitar sua aplicação direta no campo.
Segundo os cientistas, esse é o primeiro estudo a avaliar inibidores de sabor doce como agentes no controle de insetos fitófagos. A abordagem abre caminho para desenvolver inseticidas biorracionais com base na modulação do paladar dos pulgões. Entretanto, o impacto negativo nas plantas exige o desenvolvimento de derivados menos tóxicos ou métodos de aplicação seletiva.
Mais informações em doi.org/10.1093/jee/toaf027
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